As DAE, de acordo com a terminologia do DSM-IV-TR, as perturbações de aprendizagem, estão presentes quando se verifica uma discrepância substancial entre o rendimento “individual nas provas habituais de leitura, aritmética ou escrita” e o rendimento “esperado para a idade, para o nível de escolaridade, ou para o nível intelectual.” (APA, 2006).
As perturbações da aprendizagem, segundo o DSM-IV-TR são divididas assim em quatro categorias, passando de seguida à sua análise:
(i) Perturbação da leitura
A perturbação da leitura ou dificuldade de aprendizagem da leitura, mais vulgarmente denominada de dislexia. De forma resumida, esta perturbação caracteriza-se por velocidade leitora lenta e erros de compreensão da leitura (oral e silenciosa), e existência de distorções, substituições ou omissões na leitura oral (APA, 2006).
Normalmente é diagnosticada no decorrer ou após o segundo ano de escolaridade, já que só nessa altura são adquiridas as competências de leitura.
Como critérios de diagnóstico, o DSM-IV-TR apresenta os seguintes:
“A. O rendimento na leitura, medido através de provas normalizadas de exactidão ou compreensão da leitura, aplicadas individualmente, situa-se substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade.
B. A perturbação do Critério A interfere significativamente com o rendimento escolar ou actividades da vida quotidiana que requerem aptidões de leitura.
C. Se estiver presente um défice sensorial, as dificuldades de leitura são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas.” (APA, 2006).
(ii) Perturbação da escrita
Mais raramente diagnosticada isoladamente de outras perturbações de aprendizagem específicas, a perturbação da escrita ou dificuldade de aprendizagem da escrita, também conhecida por disgrafia e disortografia, caracterizada, genericamente, pela produção de textos escritos com erros gramaticais ou de pontuação, organização pobre dos parágrafos, erros ortográficos diversificados e grafia muito pobre. A existência de erros ortográficos ou má caligrafia por si só não são suficientes para o estabelecimento do diagnóstico de perturbação da escrita (APA, 2006).
Normalmente é diagnosticada no decorrer ou após o segundo ano de escolaridade, já que só nessa altura são adquiridas as competências de escrita.
Como critérios de diagnóstico, o DSM-IV-TR apresenta os seguintes:
“A. As aptidões da escrita, medidas através de provas normalizadas (ou avaliações funcionais das aptidões da escrita), aplicadas individualmente, situam-se substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade.
B. A perturbação do Critério A interfere significativamente com o rendimento escolar ou actividades da vida quotidiana que requerem a composição de textos escritos (por exemplo, frases escritas gramaticalmente correctas e parágrafos organizados).
C. Se estiver presente um défice sensorial, as dificuldades nas aptidões de escrita são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas.” (APA, 2006: 56).
(iii) Perturbação do cálculo
Frequentemente associada com as perturbações anteriores (Dirks, Spyer, Lieshout & Sonneville, 2008 cit. por Oliveira, 2010), a perturbação do cálculo ou dificuldade de aprendizagem da matemática, também conhecida por discalculia. De forma resumida, caracteriza-se pelo défice na leitura compreensiva de símbolos, operações e conceitos aritméticos; na identificação de símbolos numéricos ou sinais aritméticos e estabelecimento de associação de objectos em grupos; na cópia de números, observação de sinais operacionais e transporte de unidades de um lugar para outro; na sequencialização e contagem (APA, 2006).
Normalmente é diagnosticada no decorrer ou após o segundo ano de escolaridade, já que só nessa altura são adquiridas as competências de cálculo.
Como critérios de diagnóstico, o DSM-IV-TR apresenta os seguintes:
“A. A capacidade para o cálculo, medida através de provas normalizadas, aplicadas individualmente, situa-se substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade.
B. A perturbação do Critério A interfere significativamente com o rendimento escolar ou actividades da vida quotidiana que requerem capacidades para o cálculo.
C. Se estiver presente um défice sensorial, as dificuldades capacidade de cálculo são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas.” (APA, 2006: 54).
(iv) Perturbação de aprendizagem sem outra especificação
Ocorre quando os critérios de diagnóstico das perturbações anteriores não são preenchidos, podendo ocorrer problemas na leitura, na escrita e na matemática, simultaneamente, e mesmo que o rendimento esperado para cada uma destas competências não seja substancialmente abaixo do que seria esperado para a idade cronológica, para a escolaridade e para o quociente intelectual do sujeito (APA, 2006).
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